Questões anuladas do Enem já vazaram no Ceará duas vezes; relembre

Live antecipou questões do Enem; 3 foram anuladas O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou nesta terça-feira ...

Questões anuladas do Enem já vazaram no Ceará duas vezes; relembre
Questões anuladas do Enem já vazaram no Ceará duas vezes; relembre (Foto: Reprodução)

Live antecipou questões do Enem; 3 foram anuladas O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou nesta terça-feira (18) a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. A medida foi tomada após o cearense Edcley Teixeira divulgar questões semelhantes às da prova oficial dias antes da aplicação. Esta não é a primeira vez que o Enem enfrenta problemas desse tipo por suspeitas de vazamento que surgiram no Ceará. Em 2011, estudantes de Fortaleza tiveram de refazer as provas devido ao vazamento de questões. O Ministério da Educação anunciou, em 26 de outubro de 2011, a anulação das notas dos 639 alunos do Colégio Christus, após constatar que apostilas distribuídas pela escola continham dez questões idênticas e uma similar às aplicadas no Enem daquele ano. Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp Na época, o Inep afirmou que não houve vazamento durante a aplicação das provas, mas acionou a Polícia Federal para investigar como o material do colégio havia obtido acesso aos itens. A direção do Colégio Christus alegou que as questões estavam em seu banco de exercícios, alimentado por professores, alunos e ex-alunos, e que parte das questões pode ter vindo de estudantes que participaram do pré-teste do Enem em 2010. Três questões foram anuladas após cearense divulgar questões semelhantes as da prova oficial dias antes da aplicação. Érico Andrade/g1 O MEC confirmou a participação de alunos da escola no pré-teste, mas reforçou que nenhum conteúdo dessa etapa poderia ser copiado, reproduzido ou mantido pelas instituições envolvidas, já que o material deveria ser incinerado após a aplicação. Um professor da escola, Jahilton José Motta, foi condenado em 2013 por fraude em certame público e estelionato, mas absolvido três anos depois. Outras quatro pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal no Ceará também foram absolvidas. No caso do Enem 2025, Edcley Teixeira afirma ter participado do Prêmio CAPES Talento Universitário — prova opcional aplicada em concurso para estudantes do 1º ano de graduações. Ele teria descoberto que essas perguntas serviriam como "pré-teste" para integrarem futuras edições do Enem. O Inep não confirmou qualquer associação entre esses dois exames. Ciências da Natureza - questão 87 da prova azul. Em destaque, a mesma questão é vista na apostila distribuída aos alunos Reprodução Julgamento e absolvição O professor de Física Jahilton José Motta foi denunciado pelo Ministério Público Federal por supostamente repassar 14 questões do Enem 2011 aos alunos do Christus. Segundo o MPF, Motta teria tido acesso aos itens por meio do pré-teste aplicado pela Cesgranrio em 2010. Ele foi condenado em 2013 a seis anos de prisão, mas recorreu em liberdade. A defesa argumentou que o professor não sabia que o conteúdo tinha origem ilícita, já que o colégio possuía um extenso banco de questões com formato semelhante ao do Enem. O advogado Cândido Albuquerque afirmou que não houve controle adequado sobre os materiais do pré-teste, e que alguns alunos chegaram a levar as provas para casa, o que poderia ter permitido que conteúdos chegassem ao banco do colégio sem que Motta percebesse sua origem. Outro denunciado pelo MPF, o representante da Cesgranrio responsável pelo pré-teste, também foi investigado sob alegação de “ausência de cuidado necessário” na aplicação das provas, mas a denúncia foi rejeitada pela Justiça. A própria defesa de Motta questionou a validade jurídica das acusações. O crime de fraude em certame público, por exemplo, só foi tipificado no Código Penal em dezembro de 2011, após os fatos. Já o delito de estelionato não se aplicaria, segundo os advogados, porque não houve tentativa de obtenção de vantagem material. Em 2016, a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região absolveu Jahilton José Motta e ele foi declarado inocente de todas as acusações. Para os magistrados, não ficou comprovado que o professor tivesse agido com dolo ou ciência da origem das questões. Assista aos vídeos mais vídeos vistos do Ceará:

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